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Renda Fixa: conheça os melhores produtos para quem está começando a investir

Atualizado: 2 de jul. de 2021

Mesmo para quem já tem experiência com investimentos, às vezes a diversidade de opções pode dificultar a decisão de onde aplicar. É por isso que a gente listou os produtos de Renda Fixa, analisando as principais características, retorno, riscos e liquidez de cada um.

Se você quer aprender a analisar esses aspectos de cada opção, sugerimos dar uma olhada no nosso post com os principais conceitos sobre Renda Fixa.

Para ir direto para algum dos produtos, só escolher na lista abaixo:


Tesouro Direto

O que são os títulos públicos?

O Tesouro Direto é uma forma de o Governo Federal captar recursos, ou seja, pegar dinheiro emprestado com a população e as empresas. Esses empréstimos são feitos por meio da emissão de títulos públicos, que remuneram os investidores à medida que o Tesouro Nacional paga os valores emprestados com juros.

Quanto rende o Tesouro Direto?

Há três tipos de títulos do Tesouro Direto: pré-fixados, pós-fixados e híbridos. Os títulos pré-fixados têm rentabilidade determinada de antemão, ou seja, o investidor sabe exatamente quanto vai receber no prazo de vencimento; já os títulos pós-fixados têm sua rentabilidade atrelada a uma taxa de referência. Os ganhos com Tesouro Direto estão sujeitos à incidência de Imposto de Renda e IOF.

  • SELIC (LFT): têm rentabilidade atrelada à taxa SELIC; a cada período, remunera o detentor à SELIC vigente no período mais uma taxa previamente estipulada (chamada de spread).

  • IPCA+ (NTN-B): rendem a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), somada a uma taxa acordada de antemão. Há dois tipos: os que pagam juros semestrais e aqueles que só pagam o rendimento no prazo de vencimento.

  • Pré-fixados (LTN e NTN): são os mais previsíveis: ao investir nesse produto, o investidor sabe exatamente quanto de juros irá receber ao longo do tempo. Assim como com os títulos IPCA+, tem a opção de receber juros semestrais ou não.

Quais são os riscos do Tesouro Direto?

Todo título de dívida está sujeito a dois riscos: o primeiro é o de inadimplência (default), ou seja, a possibilidade de o pagador da dívida deixar de honrar o pagamento. No caso dos títulos públicos, este risco é irrisório porque nunca houve um “calote” do Tesouro Nacional e porque, pela importância dos títulos públicos para a economia, essa situação é evitada a todo custo.

O segundo risco é o de liquidez: a possível dificuldade de, na hora de vender o título, se encontrar uma contraparte interessada em comprar ao preço que desejamos. Como o mercado de títulos públicos é extremamente organizado e sólido (o Tesouro Nacional garante a recompra dos títulos), o risco de liquidez se reduz bastante.

Um terceiro risco, o de mercado, se refere às chances de o investidor ter que vender o título por um preço abaixo do de compra quando precisar do dinheiro. Para mitigar esse risco, sugerimos usar os títulos SELIC, que oscilam menos, para manter sua Reserva de Emergência e para objetivos de curto prazo.

Qual a liquidez dos títulos públicos?

Os títulos do Tesouro Direto têm liquidez diária: são negociados todos os dias úteis no mercado secundário e, caso não se encontre comprador interessado, o Tesouro Nacional garante a recompra ao preço de mercado.


CDB

O que são os CDBs?

Certificados de Depósito Bancário (CDBs) são títulos de dívida com data de vencimento, emitidos por bancos comerciais e bancos de investimento. São garantidos pelo FGC, o que reduz significativamente o risco de crédito; podem ter liquidez diária ou não, a depender da determinação do emissor.

Quanto rende um CDB?

O rendimento pode ser pré-fixado ou atrelado a uma taxa de referência, como CDI, IPCA, SELIC, etc. Os títulos pré-fixados são ideais quando a taxa de juros está alta. Já os pós-fixados podem proteger de flutuações dos juros e dos preços, sendo mais indicados para reserva de emergência e outros objetivos que demandem segurança.

Quais são os riscos dos CDBs?

A princípio, os CDBs envolvem três riscos: de crédito, de liquidez e de mercado. O risco de crédito é mitigado pelo FGC; o risco de liquidez depende do emissor, que pode garantir a recompra dos títulos ou não, assim como da organização e atividade do mercado secundário (aquele em que se pode revender o ativo para outros investidores); já o risco de mercado é menor para os CDBs pós-fixados, que estão seguros contra flutuações bruscas das taxas de referência.

Qual a liquidez dos CDBs?

A liquidez de um CDB depende, principalmente, da política de recompra do título pelo agente emissor. Há CDBs com liquidez diária, casos em que o banco garante recomprar em qualquer dia útil; pode haver mercado secundário para esses títulos, o que não é comum; em geral, é necessário esperar até o vencimento para resgatar o dinheiro.


RDB

O que são os RDBs?

Recibos de Depósito Bancário são uma forma de instituições financeiras captarem recursos para desempenhar suas atividades. Assim como os CDBs, são:

  • garantidos pelo FGC;

  • livres de taxa de administração;

  • sujeitos à cobrança de IR;

  • pré-fixados, pós-fixados ou híbridos.

Mas os RDBs têm uma característica particular: são inegociáveis e intransferíveis, o que significa que não é possível vendê-los antes do prazo de vencimento. Podem ser emitidos por bancos, mas também por cooperativas de crédito e sociedades de crédito e financiamento.

Quanto rende um RDB?

O rendimento pode ser pré-fixado, como, por exemplo, 12% ao ano até a maturidade do título; ou atrelado a uma taxa de referência, como CDI, IPCA, SELIC, etc. Nesse caso, o mais comum é que se estabeleça uma proporção do CDI (exemplo: 110% do CDI) ou uma taxa que se some ao IPCA (exemplo: IPCA + 2%).

Para compensar a falta de liquidez, em geral esses produtos pagam retornos mais atrativos.

Qual o risco dos RDBs?

Como esses títulos não podem ser resgatados, o investidor deve aplicar apenas valores que não vá precisar até a data de vencimento. Deve, também, considerar que não terá a possibilidade de mudar para outro investimento que eventualmente se torne mais vantajoso. Exemplo: depois de comprar um RDB pré-fixado que rende 5% ao ano, o investidor estaria deixando de ganhar mais se passassem a ser oferecidos outros títulos rendendo uma taxa maior.

Qual a liquidez de um RDB?

Normalmente, os RDBs só podem ser resgatados no seu vencimento. Nos casos em que o agente emissor permite resgate adiantado, normalmente se cobra uma penalidade, que pode anular os ganhos ou até gerar prejuízo para o investidor.


Letra de Câmbio

O que são as Letras de Câmbio?

Apesar do que o nome pode sugerir, as Letras de Câmbio (LC) não têm qualquer relação com o mercado de moeda estrangeira. Têm esse nome porque representam uma troca: os agentes emissores emprestam dinheiro aos clientes e geram, em contrapartida, títulos que podem ser vendidos a investidores.

São títulos de dívida emitidos por sociedades de crédito, financiamento e investimento (as chamadas financeiras).

Quanto rende uma Letra de Câmbio?

Pode ser pré-fixada ou atrelada a uma taxa, como a de juros (SELIC ou CDI) e a inflação (IPCA). Por serem mais arriscados que os CDBs (já que as financeiras costumam ter maior probabilidade de falência que os bancos) as LCs costumam oferecer uma rentabilidade consideravelmente mais alta. Estão sujeitas à incidência de Imposto de Renda e IOF.

No que diz respeito ao vencimento, não têm prazo mínimo. E, como a rentabilidade é maior para os prazos mais longos, costuma ser mais vantajoso investir nas LCs de vencimento mais distante.

Quais são os riscos de uma Letra de Câmbio

De forma semelhante aos CDBs, as LCs envolvem riscos de crédito, de mercado e de liquidez. O risco de crédito é mais elevado, mas a proteção do FGC reduz fortemente a chance de perda dos recursos investidos.

Qual a liquidez das Letras de Câmbio?

As condições de resgate variam de acordo com a financeira emissora. Nos casos em que se tem liquidez diária, é importante atentar à carência do contrato (prazo mínimo para saque). Resgates fora do prazo podem ser negociados com a empresa, em troca de parte da rentabilidade no período. Também é possível vender o título, caso haja interessados no mercado secundário.


LCI e LCA

O que são LCIs e LCAs?

As Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) são instrumentos de dívida para finalidades específicas. As instituições financeiras vendem esses títulos para captar recursos a serem emprestados ao setor imobiliário e ao agronegócio, respectivamente.

A primeira característica que distingue esses papéis do CDB é o prazo, já que financiamentos de imóveis e atividades do agronegócio costumam precisar de prazos longos. O prazo mínimo das letras é de 90 dias; LCIs indexadas à inflação têm prazo mínimo de 12 meses, se a atualização for anual, ou 36 meses se a atualização for mensal.

Quanto rendem as LCIs e LCAs?

Assim como os CDBs, esses títulos podem ser remunerados a uma taxa pré-fixada ou ser atrelados a uma taxa, como o IPCA ou o CDI (caso mais comum). A principal vantagem para pessoas físicas é a isenção de IR (pessoas jurídicas não são isentas).

Quais são os riscos de LCI e LCA?

No que se refere ao risco de crédito, os LCIs e LCAs têm uma vantagem importante: além da cobertura do FGC, esses títulos são garantidos por bens do tomador do empréstimo, que funcionam como lastro. Por exemplo: em caso de inadimplência, um imóvel financiado é apropriado para que o banco e os investidores de LCI não sofram as perdas.

Qual a liquidez das LCIs e LCAs?

A liquidez desses papéis é limitada, em primeiro lugar, pelas carências mínimas exigidas pela regulação (de 3 a 36 meses). Após esse período, algumas aplicações possuem liquidez diária, cabendo aos emissores assumir a recompra do título. Também é possível negociar em mercado secundário, assumindo o risco de que o preço de mercado esteja abaixo do patamar desejado.


CRI e CRA

O que são os CRIs e CRAs?

Os Certificados de Recebíveis Imobiliário (CRIs) e os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) são emitidos para adiantar os recursos de pagamento de empréstimos.

Por exemplo: após construir um imóvel e vender as unidades, uma construtora pode demorar anos para terminar de receber os valores financiados pelos novos proprietários. Para adiantar os recursos e poder, inclusive, começar outras empreitadas, a empresa vende os recebíveis para uma empresa, chamada securitizadora, que paga pelo direito de receber os pagamentos futuros dos tomadores de empréstimo.

Quanto rendem os CRIs e CRAs?

Esses papéis costumam oferecer rendimentos superiores aos de títulos públicos, tendo sua rentabilidade ligada aos empréstimos “empacotados” pela seguradora. Assim como no caso de LCIs e LCAs, nesse tipo de investimento os investidores PF estão isentos de IR.

Quais os riscos dos CRIs e CRAs?

O risco de crédito desses produtos é consideravelmente mais alto do que o de CDBs, por exemplo, porque não há cobertura pelo FGC.

Por outro lado, há garantias reais: os imóveis, equipamentos e outros bens do devedor funcionam como lastro para os empréstimos e, em caso de inadimplência (“calote”), podem ser apropriados para mitigar as perdas dos investidores.

Qual a liquidez dos CRIs e CRAs?

Os certificados não têm prazo mínimo, mas o vencimento dos títulos varia de 2 a 15 anos, normalmente. Ou seja, apresentam prazos mais longos e devem ser encarados como investimentos de baixa liquidez e longo prazo.

Além disso, a liquidez para negociar esses títulos no mercado secundário também é baixa, sendo o resgate no vencimento a principal forma de receber seu dinheiro acrescido dos juros da aplicação.


Fundos de Renda Fixa

O que são Fundos de Renda Fixa?

Fundos de renda fixa são uma forma de aplicar em produtos de renda fixa utilizando a capacidade de gestores profissionais para escolher as melhores opções. Esses fundos têm pelo menos 80% do capital em ativos atrelados à taxa de juros ou à inflação (títulos públicos, debêntures, CDBs e outros títulos de dívida).

Há 4 tipos de fundos de renda fixa:

  • Simples: devem manter pelo menos 95% dos recursos em títulos públicos e não podem investir no exterior. Têm processo de registro simplificado para o investidor.

  • Curto prazo: investem em ativos com vencimento de até 375 dias, mantendo o prazo médio da carteira inferior a 60 dias. Apresentam tributação mais elevada.

  • Referenciados: buscam acompanhar uma taxa de referência, geralmente o CDI. Devem manter 95% dos recursos em ativos que acompanhem esta taxa e ter no mínimo 80% aplicados em ativos de baixo risco de crédito, como os títulos públicos federais.

  • Dívida externa: investem no mínimo 80% da carteia em ativos de renda fixa emitidos fora do país.

Quanto rende um Fundo de Renda Fixa?

Os retornos dependem, primeiramente, do sucesso das estratégias dos gestores, das taxas de juros e inflação, mas também dos impostos e das taxas cobradas pelo fundo.

A taxa mais comum é a de administração, uma proporção do patrimônio gerido pelo fundo. Por exemplo: se um fundo tem taxa de administração de 2%, a cada R$100 mantidos pelo investidor no fundo, serão cobrados R$2 por ano.

Também pode haver taxa de performance, calculada a partir da diferença entre o desempenho do fundo e o de um índice de referência (chamado benchmark). Por exemplo: se um fundo com referência no CDI tem ganho de 10% e o CDI, no mesmo período, acumulou 4%, a taxa de performance será cobrada sobre 6%.

Quais os riscos dos Fundos de Renda Fixa?

Fundos de renda fixa são os fundos com menor nível de risco. Mas estão expostos aos juros e inflação, ao risco de “calote” das dívidas investidas e, no caso de fundos de dívida externa, do câmbio e outros fatores internacionais. Não há cobertura pelo FGC.

Qual a liquidez dos Fundos de Renda Fixa?

As condições de resgate são estabelecidas pelo regulamento dos fundos. Fundos simples e referenciados ao CDI costumam oferecer prazos bastante curtos, enquanto aqueles concentrados em crédito privado podem exigir mais de 30 dias para realizar ordens de saque. Também é importante saber se o fundo tem carência, ou seja, prazo mínimo para realização de resgates.

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